O Tribunal de Contas do Estado do Paraná repassou nesta segunda-feira (12 de julho) ao governador, Carlos Massa Ratinho Junior, R$ 18 milhões provenientes de uma economia obtida pela Casa no primeiro semestre deste ano. O repasse foi formalizado em reunião no Palácio Iguaçu.
O valor antecipado pelo TCE-PR será destinado pelo Governo do Estado para custear a iniciativa da Universidade Federal do Paraná, que desenvolve uma vacina contra o coronavírus. “O apoio a essa iniciativa constituirá um legado ao desenvolvimento científico do nosso Estado”, afirmou o conselheiro Fabio Camargo.
“É importante destacar o trabalho do grupo de estudo formado pelos técnicos do TCE e da UFPR que culminou com este repasse de R$ 18 milhões. E saudar os cientistas da UFPR que têm trabalhado para desenvolver a vacina contra a Covid-19. Este repasse representa a união de esforços do Tribunal e da universidade, que dá exemplo para o Paraná e o Brasil, e de um Governo do Estado bem-intencionado”, completou o presidente.
“Parceria solidária”
O governador agradeceu e destacou a importância de mais uma parceria com o Tribunal de Contas. “Além da sua função de fiscalização e auditagem dos municípios e do governo estadual, o TCE faz essa parceria solidária”, afirmou Ratinho Junior.
Ele enfatizou a importância dessa vacina paranaense, que poderá ser utilizada brevemente. “Muito provavelmente será como a gripe, que todos os anos precisará de uma vacina para imunizar a população, não só agora, neste momento de vacinação mais intenso.”
Segundo o reitor da UFPR, Ricardo Fonseca, também presente à reunião, o aporte possibilitado pelo TCE-PR viabilizará a instalação de laboratórios na universidade, que terão a capacidade de desenvolver os imunizantes.
“Os laboratórios são uma etapa fundamental desse processo de desenvolvimento de vacinas, que é tão sensível, regrado e, portanto, custoso”, afirmou Fonseca. Ele reforçou que, além de ser paranaense, a vacina terá baixo custo e utilizará insumos nacionais.
Vacina paranaense
O novo aporte do TCE-PR está alinhado à reunião de esforços de todas as esferas da administração pública do Paraná com o objetivo de dar apoio financeiro à UFPR no seu Programa de Desenvolvimento de Imunizantes, que utiliza tecnologia essencialmente paranaense e já recebeu recursos financeiros do governo estadual.
As tratativas entre o TCE-PR e a UFPR foram iniciadas em 14 de maio, por meio de uma videoconferência entre representantes dos dois órgãos.
A vacina da UFPR, que atualmente está na fase pré-clínica, de testes em animais, utiliza uma bactéria – chamada Escherichia coli – já estudada há 20 anos pela área de Ciências Biológicas da universidade. Essa tecnologia permitiu a fixação de nitrogênio, substituindo fertilizantes químicos no cultivo de grãos.
O imunizante que está sendo desenvolvido envolve a produção de partículas de um polímero biodegradável revestidas com partes da proteína spike, que é responsável pela entrada do coronavírus Sars-CoV-2 nas células. Essa proteína é produzida com o auxílio da bactéria Escherichia coli.
“É uma vacina de tecnologia simples, que usa insumos brasileiros, mais baratos e com excelentes resultados até aqui”, declarou o reitor da UFPR naquela reunião. Segundo ele, o custo por dose ficaria entre R$ 5 e R$ 10 – cerca de 10% do preço das demais vacinas atualmente utilizadas no Brasil, que se inicia em R$ 70 a dose.
Imprensa TCE-PR